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CAIXINHAS DE SURPRESAS
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O que é, o que é? Caixinha de bom parecer; não há carpinteiro que possa fazer?
É o amendoim!

Brincadeira popular, de tempo indeterminado, usada principalmente em rodas infantis, mas adotada também pelos adultos. Faz parte de um jogo de advinha que está perdendo força frente a tecnologia que a está erradicando.

Prestando mais atenção na natureza, pode-se encontrar outros tipos de caixinhas de surpresas, como por exemplo os frutos das castanheiras, dos jatobazeiros e tantos outros mais.

São de diferentes formas, tamanhos e espessuras, porém são igualmente surpreendentes, pois dentro delas existem cores e sabores que saciam olhos e bocas de bichos, pássaros e animais, incluindo o homem.

Outra “caixinha” frágil que abunda copas de árvores enormes é o tamarindo. Sua árvore também é conhecida pelos nomes de tamarineira, tamarineiro, ou ainda tamarindeiro. Do latim medieval científico Tamarindus, essa árvore é originária das savanas africanas, embora seu cultivo se dá principalmente na Índia. No Brasil já foram abundantes, restando poucas que podem ser encontradas principalmente no norte e nordeste, mas ainda pode-se encontrá-las em outros estados, como Minas Gerais e São Paulo.

O Tamarineiro pode chegar aos vinte e cinco metros de altura, e seu tronco se divide em numerosos ramos curvados, formando uma copa densa e ornamental. Ostenta uma beleza invejável, e sombreia espaço gigante. Pássaros e pequenos animais se aninham e se aconchegam nessa generosidade da natureza. Humanos se deliciam com seus frutos e os capitalistas descobriram o quanto ela lhe pode render em dinheiro. Talvez isso explique a raridade em encontrá-la. Devem estar presas como bois confinados, servindo ao deleite de quem só pensa em si.

O fruto tamarindo tem sabor agridoce e na culinária sua polpa pode ser usada no preparo de bolos, doces, sorvetes, sucos, xaropes, licores, para temperar arroz, carne, peixe, e outros alimentos. In natura é um excelente adstringente bucal, auxiliando na cura de alguns males como gengivite e amigdalite, por exemplo. Contém cálcio, fósforo, ferro, ácidos tartárico, acético e cítrico, além das Vitaminas A, B e C.

Essa árvore é bastante generosa, pois se doa inteirinha ao bel prazer do humano. Sua sementes servem de forragem para animais domésticos; processadas servem como estabilizantes de sucos, de alimentos industrializados, e como goma (cola) para tecidos ou papel. O óleo extraído dela, é alimentício e de uso industrial. Ainda sua madeira, forte e resistente às pragas, é usada na fabricação de móveis, brinquedos e pilões. Por último, e não menos doloroso, essa maravilha da natureza se doa ao preparo de carvão vegetal e caixões para enterros.

Cada tamarineiro adulto pode produzir de 150 a 250 quilogramas de frutos por ano, ou 12 a 18 toneladas por hectare. Com essa expressiva produção e variados modos de uso, não é à toa que o homem abusado a queira só para si. Já nos habituamos com esses capitalistas selvagens, não?

Aqui se faz um pedido de socorro: não deixe o fabricante da “caixinha de bom parecer” morrer. Raríssimas praças públicas ainda a conservam. Quero poder continuar a me deliciar com os seus frutos, beneficiar-me de sua sombra, do seu oxigênio e da sua formosura. Quero sorrir com os pássaros que nela se acomodam. Quero ver o meu amor sorrir por sabê-la ali...

Nota: alguns dados técnicos foram retirados da fonte Wikipédia.

Nicete Campos (04.03.2018)





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