____________________________________________________

A pseudo-ética como instrumento da patifaria
____________________________________________________


A transvaloração de valores (nitetzscheniana) também serviria para ilustrar o título deste texto, não fosse pelo uso indevido da palavra ÉTICA usurpada pelos patifes existentes no mundo.

Chamo de pseudo-eticista ao que em proveito próprio, ou a de um grupo espúrio atua em conformidade com as leis feitas pela ação humana, mas que na realidade foram formuladas para burlarem a verdadeira ética. É a tal frase já bem conhecida da maioria: “pode ser legal, mas é imoral”.

Não é novidade alguma dizer que o mundo está de cabeça para baixo. Também não vai aqui nenhum saudosismo do “meu tempo de mocidade”, pois desde o surgimento do homem na terra, sabe-se que canalhas sempre ocuparam espaço demasiadamente grande na sociedade.

Acredito apenas que a coisa vem piorando após a revolução industrial. Sociedade capital é o que há de pior para o que já está ruim, e é por conta do capital que se mata, rouba, mente, deturpa, e por aí afora.

A ética por si só não possui relação alguma com a idoneidade moral de qualquer indivíduo, pois além de não implicitar a moralidade (que deveria ser inerente ao ser humano), ela é utilizada para fins duvidosos dos experts em patifarias, além do que, estudiosos do assunto fazem uso da dicotomia entre Ética e Moral.

Pior mesmo é saber que atrocidades são feitas em nome de uma pseudo-ética adotada pelos caráteres mais inescrupulosos da face da terra. Usam a palavra Ética como sinônimo de moral ilibada, e o povo analfabeto que é, se deixa iludir por palavras “bonitas”, porém desconhecidas dos seus propósitos.

E por falar em povo, me vem à mente os defensores dos direitos humanos. Estes complicam e confundem ainda mais com suas manias e falta de conhecimento. De defensores, viram assistencialistas paternais, onde o incentivo à mendicância é fartamente incentivado, vide o número de gente imprestável sendo exponenciado a cada dia que passa.

Se a Ética pode ser considerada uma parte da filosofia que estuda a conduta humana, por outro lado, a Moral se volta para a qualidade desta conduta, quando se fala em “bem e mal”.

Podemos assim supor que o indivíduo é ética/moralmente mau/bom, restando apenas escolher por qual prisma queremos/devemos enxergá-lo. Tudo depende do contexto em que se está inserido.

Nosso idioma é farto em verbetes, e então, os mal intencionados fazem uso indevido de muitos deles para a condução dos que não pensam e caminham como bois.

Está muito difícil separar o joio do trigo, pois o segundo alimenta o primeiro. A grande maioria dos políticos, dos industriais, banqueiros, igrejas e congregações de seitas e religiões, agem de modo semelhante, pois contam com uma população de má formação, de hábitos duvidosos e fanatismo exagerado. Roto e rasgado se harmonizam numa simbiose fantástica, intermediada por uma mídia de massa que usa a palavra Ética para subjugar os que adoram ser subjugados.

Apenas um questionamento: para algumas pessoas em que os valores éticos e morais são fundamentais para suas consciências, como proceder para sobreviver em uma sociedade tão caótica sem enlouquecer?

Se quem estiver lendo este texto puder ajudar com respostas coerentes (sem colocar Deus ou o além na história), esta colunista desde já agradece.

Nicete Campos
20/12/2010


_______________________________________