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Onde está o amor?
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Quando o corpo cansar, a mente doer e o coração sangrar, o amor há que se procurar. Existem ocasiões em que ele se esconde na bruma cinza que entorpece o ser, e noutras se transforma em loucuras que só os insanos o sabem sentir.

Há quem pense que trair uma pessoa é apenas um gesto a mais de desamor, mal se dando conta que se está a enganar justamente a si mesma, pois não é que a traição é filha da mentira?

A mentira tem prole variada Suas formas, tamanhos e cores variam conforme sua sutileza. O amor é ingênuo e pueril, logo, presa fácil de suas artimanhas.

Mas o amor também confunde e embrenha-se por veredas desconhecidas do ego, atropelando sentimentos desconexos. O perigo se instala, o medo cresce, as entranhas se congestionam...

Procura-se fugir ou esconder-se desse sentimento um tanto quanto algoz em seus melindres, mas nada há que se possa fazer. Muitas são as pessoas que afirmam que só o tempo é quem lhe dará cabo, afinal, existe outra coisa maior que este? Outros brincam acreditando que quando um amor se vai, outro logo vem, mas existem uns poucos que morrem um tanto por dia, definham, secam como plantas descuidadas.

Afinal, o que é o amor? Onde ele está? Existe? O amor cantado em verso e prosa no enlevado e velado saber que tantos afirmam tê-lo encontrado, é real?

A imaginação projeta o querer sentir-se bem como forma de algo maior. Reações químicas entram em ação corroborando para uma síntese metafísica que convieram chamar de amor. Pronto, em linhas gerais e não poéticas, o amor se fez. Assim, várias vertentes contribuem para a formação do sentimento mais aclamado e desejado pelo ser humano, que mente e trapaceia para si mesmo, pois não sabe onde está o amor.

Nicete Campos
25/7/2006


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