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Não nos deixem morrer
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Plantas e pássaros numa convivência harmoniosa produzem beleza e saúde física e mental. Animais alados podem fazer brotar um sorriso na criança acamada, no idoso solitário, no adulto estressado.

Não importa o tamanho do seu quintal ou a falta dele, e sim a vontade de contribuir para uma melhor qualidade de vida.

Ajude a natureza, não deixe morrer o que de mais belo e essencial existe na mãe terra. As riquezas naturais, para sobreviverem, dependem do quanto o homem tem conhecimento sobre elas, e quanto mais conhecimento, mais capacidade para o amor incondicional.

Através dos tempos o homem tornou-se um ser egoísta por excelência, onde o saber coletivo cedeu espaço para a ignorância muda. Compartimentou-se o saber, o ter e o ser. Pulverizou-se o amor abrangente, atomizando as últimas partículas de esperança.

Agora é tentar atrair, somar e multiplicar para depois dividir inteiros, reiniciando assim, o ciclo da vida, que como uma roda gigante não deixa a vida parar.

Quero começar a somar, para tanto, mesmo que timidamente divido aqui alguns conhecimentos pesquisados sobre a flora e a avifauna. Pretendo iniciar com uma árvore que enfeita e atrai nossos amigos alados. Enfeitando a calçada da minha casa há uma magnólia. Deitada no sofá da minha sala de estar em momentos de devaneios, fico a admirar as folhas verdes reluzentes dançando ao vento, e como pano de fundo o azul do céu. Sinto o odor de suas flores que minha janela aberta deixa entrar. Bela árvore que serve de pouso e alimenta várias espécies de pássaros que fazem a maior algazarra em seus galhos, pela manhã e à tardinha. Sorrio grata por poder usufruir de tamanho espetáculo de beleza.


MAGNÓLIA-AMARELA
Nome Científico: Michelia champaca
Família: MAGNOLIÁCEA

Árvore média, de frutos arredondados, verdes e aglomerados em cachos, que se abrem expondo sementes envolvidas por polpa tênue, amarelo-alaranjada; frutifica do Verão ao Outono; extremamente atrativa: ótima opção para plantar em alamedas, no campo e na cidade.

Atrai: bem-te-vis, sabiás, sanhaços, saís-andorinha, tucanos, gaturamos, saíras, tiés, tangarás, entre outros.

Dentre esses pássaros, escolho um para ilustrar com uma historinha que me chamou a atenção pela sua característica peculiar de acasalamento.

Tangará: típica da região neotropical, esta categoria engloba os mais notáveis dançarinos da avifauna brasileira. Em suas exibições pré-nupciais, os machos utilizam, além da vocalização, uma verdadeira música instrumental, produzida por estalos das rêmiges (penas) e até mesmo por distensões das articulações ósseas, como pretendem alguns zoólogos. Possuem acentuado dimorfismo sexual, sendo os machos geralmente dotados de colorido notável (Johan Dalgas Frisch e Christian Dalgas Frisch, 3a.ed.).

FAMÍLIA: TYRANNIDAE
Subfamília: Piprinae
Subordem: Tyranni [=Suboscines]
Ordem: Passeriformes

Estes alados dançarinos são conhecidos por vários outros nomes, e suas cores contrastantes conferem-lhes beleza excepcional.

Na cadeia de sobrevivência, a interdependência existente é sábia. Na ausência de alimentação, os pássaros migram para locais onde possam se saciar, e na ausência vegetativa eles perecem. A obviedade dos fatos, no entanto, não significa que possa existir uma maior conscientização por parte do homem. Aliás, o descaso e a ignorância que caracterizam o individualismo, fazem com que nosso meio ambiente se desequilibre cada vez mais.

O apelo que a nossa flora, fauna e microorganismos fazem é: não nos deixem morrer para que vocês possam sobreviver.

Nicete Campos
30/4/2006


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