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Casal 21
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Estamos em constante movimento. Mutantes somos desde que o verbo era o princípio. Não existe cabimento algum, certas atitudes rançosas existentes entre os casais em pleno século 21. Agora cabe a cada um dos pares alcançar a nota dez e meio e assim se posicionar mais de acordo com essa nossa era chamada de tecnológica.

Ainda hoje, (e isso grande parte devemos à mutação mais lenta do homem, em relação à mulher), observamos alguns “costumes” (para não dizer “vícios”), condizentes apenas com uma era que já se foi. Numa época, e dentro de um contexto, era perfeitamente aceitável, por exemplo, que o homem saísse em busca de prazeres que não eram encontrados em suas parceiras, quaisquer fossem os motivos sócio-educacionais que o levassem a isso. Mas tudo era feito em tom sigiloso, com ou sem anuência da base familiaresca.

Esse é apenas um dos milhares de exemplos que eu poderia estar citando aqui, mas essa exemplificação, é a que me parece mais ilustrativa. O homem pensa que evoluiu em relação à sua base, mas o que conseguiu mesmo, foi um esboço distorcido de valores intrínsecos e de raízes fortemente entrelaçadas. Quanto mais tenta evoluir, mais ramificações são somadas em suas entranhas. Dessa maneira, tentar conviver harmoniosamente com o seu oposto exige força e neurônios extras.

Por outro lado, a evolução da mulher se deu de maneira estabanada. Enlouquecida com a opressão do seu par, enfureceu-se avançando sem medidas, querendo descontar as frustrações passadas de uma só vez, pensando com isso estar erradicando o trogloditismo inato ou inerente à vontade do homem.

Nos extremos do elástico esticado, homem e mulher descambaram, caíram do alto penhasco estreito que lhes servia de suporte.

Resultado, as conclusões contundentes, específicas e técnicas me parece que está longe ainda de serem previstas e/ou diagnosticadas.

Apenas um pequeno devaneio de minha parte. Que tal uma longa viagem solitária para o mais recôndito esconderijo do ser? Quem sabe não está faltando a todos nós, uma auto-análise profunda e verdadeiramente correta?

Talvez consigamos emergir com sabedoria o suficiente para alcançarmos o coeficiente vinte e um. Do contrário, já saímos no lucro se a parcela for dez e meio.



Nicete Campos
26/8/2004


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